quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um outro monólogo

Encantos - Bruno Abreu (http://br.olhares.com/e_n_c_a_n_t_o_s_foto2424339.html)


“Inevitavelmente todas as suas imaginações serão arruinadas pela realidade”

E então? Ainda acredita em amores longínquos ou continua a traçar planos infantis para um futuro já furado? E então? Mesmo chovendo o sol de alguma forma obrigatória terá que nascer amanhã? Ando a conversar com as músicas e tenho aprendido que mesmo diante dos canhões não devemos esquecer que nossa finalidade, se de fato existe alguma não é construir máquinas ou continuar destruindo o mundo, não é simplesmente continuar movimentando as engrenagens do terrível capitalismo, é preciso amar, sem freios ou correntes, amar mesmo sem ser amado, amar para não se sentir solitário quando só, amar para sonhar, amar para ser ridículo as vezes, em fim, pior é apenas sobreviver e se esquecer de ser ridículo, louco ou infantil, no final todos os atos se justificam, só não aquele que não aconteceu.

Essas palavras ao fim não terão nenhuma finalidade, pois ao fim, não é pela finalidade que aqui escrevo, é pela necessidade de compartilhar minhas sensações. A triste sensação é que isso tudo caminha para uma automatização humana, relacionamentos automáticos, beijos obrigatórios, sonhos de castelos, uma busca desumana por o chamado “lugar ao sol”. E em fim, ouvindo a música “Fotografia 3 x 4” de Belchior tive este breve monólogo e escrevi este parágrafo para deixar estes dois versos:

“Mesmo vivendo assim não me esqueci de amar
Que o homem é pra mulher e o coração pra gente dar”