Solidão - José Carlos Costa
“sim, eu já quis mudar o mundo”
Em um único filme duas camadas de
lágrimas apertando um só peito, um só peito transbordando uma só cabeça, uma só
cabeça cansada de despropósitos, sim, para onde vão os sonhos daqueles que
partiram? Pra onde vão as formigas o dia todo? Pra onde vai todo pesar depois
que o pensar muda? Ahh, sei lá, andava meio cansado de perguntas, de teorias e
teoremas, eu estava em uma maldita torre ao meio-dia observando a grande
desgraça plantada no ar e não sabia descer, estava analisando minha forma
doentia de viver, querendo tudo sem saber o que se queria ao meu redor, era o que
pensava um psicopata qualquer de um
filme que esqueci o maldito nome. E depois que termina fica aquela continuação
na mente: eu já quis mudar o mundo, já quis acreditar um pouco mais nas pessoas,
mas era difícil demais, dava um trabalho sem medidas, então sempre voltava ao bar para celebrar a lua e a noite, pois elas sim, acalmavam
toda a monotonia de viver em contratempo constante, maldição, pensava eu sempre
com meus botões, essa porra sempre foi assim, mas agora eu já sabia o segredo,
não espere nada de si, bom mesmo é sempre se surpreender, então sem
expectativas alguma eu escrevi essa merda toda...
"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura."
Charles Bukowski