terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Impressões de um quarto





“coleção de tampinhas, uma rede embalada entre as rótulas”

Domingo, era o dia de comemorar a vida outra vez, acordava com os olhos tortos, caminhava até a cadeira e alguma música fazia a vida renascer, renascia para outra morte, é a mesma sensação de que era preciso outro porre para que a vida continuasse a ter sentido, assim, eu me via dois anos atrás, entre cada gole pensava, lá se vai outra garrafa de pensamentos, outras quimeras repartidas, assim talvez desejasse me ver, caminha pra onde? Até a ponte do sul? Não percebe que está muito além dessa maldita chuva e esses raios que emplacam medos, mais medos para nossas vidas temerosas, goles por entre goles, tudo mais claro, todas as incertezas sumidas, é preciso saber o que se quer, agora sou o SUPER-homem de tudo, eu posso, eu quero, eu vou!

Ressaca, ressaca, agora tudo parece cinza, normal, mas a chuva ontem não era a louvação do nascimento de um novo homem? Novo homem? Do que vale um novo nascimento se a maioria está enterrada na mesma cova logo detrás de seus cotidianos de merda e mesmice, ressaca; não, é apenas uma vida sem loucuras, Deus, como podem conseguir sobreviver a esta merda por tanto tempo dessa forma?

Goles menos, goles a mais, aqui vamos nós...

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