“Despido, ele seguia, o outro (cão) quase despido o escoltava, ambos no centro da paisagem urbana”.
O tempo já havia consumido metade do dia, estava eu na parada de ônibus a observar a paisagem urbana e a esperar o trem de cada dia com um surpreendente sol escaldante, e como que de um vulto do além eis que surge um homem de aproximadamente 25 anos com ares de demência e sem nenhum ar de roupa, exatamente o que leu, passeava pelado no meio da avenida bem próximo de um colégio chamado CAIC no Maiobão, ele não seguia sozinho, ia acompanhado por um tipo de fiel escudeiro: um cachorro já desgastado por pulgas ou anomalias semelhantes. Caminhava em passos curtos e rápidos e isso fazia com que seu pênis exposto fizesse movimentos bruscos de um lado para o outro, várias senhoritas e senhoras contemplavam a cena como que de obrigação, pois ele vinha em direção impossível de não se observar, e um leve sorriso de pudor e algo que posso chamar de desejo fluía em suas espectadoras, e de fato a vida se configura de tal forma que não podemos atentar para que temos instintos animais e mesmo que alheios às desgraças que não nos interessa acabamos por ser tocados por nossa humanidade animal. O homem tinha apenas problemas mentais e não tinha alguém por ele e se o tivesse, este outro alguém não se importava tanto.
Thiago A. Sarmento
Muito bom seu blog. Continue!
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