domingo, 15 de março de 2009

Impressões do Paraíso

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Esta poesia é algo que mais me alegro em ter juntado, pois penso que a poesia está solta por aí, nós apenas temos que juntar as palavras e dar impressões de demências e é justamente e simplesmente o que faço...


Madrugada quase inerte: pêndulo incerto (frieza)

Semelhanças abusivas entre uma folha e um grito

Corpos entrecortados pela constante aurora

Pedras no telhado, gemidos nas alcovas

Uma estrofe: “sonho que se sonha só”*

Não tenho impressão do paraíso e nem poderia ter

Modelos fabricados! Anjos pintados, tudo reinventado

Chifres, asas, trombetas, alvura estonteante

Tudo fabricado, tudo artisticamente pintado


Como poderia tentar uma primeira impressão do paraíso?

Olhar em seus olhos de desejos? Sentir em teu fogo de volúpia?

“Paraíso” ou pinceladas de prazer em manifestações incontidas

Por que todo um paraíso teria que ser branco?

Não gosto de branco, gosto de azul, vermelho, lilás e porres alucinantes


Sentido a flor dos ossos

Nesta viagem inventada

Toda e qualquer fantasia

É mera luz na estrada

Primeiras impressões


Paraíso?

Paraíso?

Paraíso?

Sonho?

Acorda!

Primeiras impressões:

Levanta, água fria, ônibus lotado

Mais um dia na cidade desencantada


*Raul Seixas


Thiago A. Sarmento

Um comentário:

  1. Muito bem, Amurim... Gostei dos textos. Coisa de grande qualidade e de quem já está maduro para desenhar sentimentos com palavras. Um abraço!

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